terça-feira, 13 de junho de 2017

FILOSOFIA

ž  5 – A AURORA DA FILOSOFIA: OS PRÉ-SOCRATICOS


 "A maioria dos primeiros filósofos queriam encontrar o princípio de todas as coisas"
  Aristóteles

 CIDADE GREGA E FILOSOFIA: O DECLINIO DOS MITOS


Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VI e VII a.C, promovendo a passagem do sabe mítico (alegórico) ao pensamento racional (logos). Essa passagem ocorreu, no entanto, durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentos utilizadas no passado.

Mitologia Grega

  • Os gregos cultuavam uma série de deuses (Zeus, Hera, Ares, Atena etc.) além de herois ou semi-deuses (Teseu, Hercules, Perseu etc). Relatando a vida desses deuses e herois e seu envolvimento com os homens, os gregos criaram uma rica mitologia , isto é, um conjunto de lendas e crenças que, de modo simbólico, fornecem explicações para a realidade universal. Integra a mitologia grega grande numero de “relatos maravilhosos” e de lendas que inspiraram e ainda inspiram diversas obras artísticas ocidentais.

 O EXERCÍCIO DA RAZÃO NA POLIS GREGA

  • O momento histórico da Grécia Antiga em que se afirma a utilização do logos (a razão) para resolver os problemas da vida está vinculado ao surgimento da Pólis, cidade-Estado grega, conforme a análise do historiador francês contemporâneo Jean-Pierre Vernant.
  • A pólis foi uma nova forma de organização social e politica desenvolvida entre os séculos .VII e VI a.C Nela, eram os cidadãos que dirigiam os destinos da cidade. Como criação dos cidadãos, e não dos deuses, a pólis estava organizada e podia ser explicada de forma racional, isto é, de acordo com a razão.
  • A prática constante da discussão política em praça pública pelos cidadãos fez com que, com o tempo, o raciocínio bem formulado e convincente, se tornasse o modo adotado para se pensar sobre todas as coisas, não só as questões políticas.
  • Segundo o historiador Jean-Pierre Vernant, o nascimento da filosofia “relacionar-se”de maneira direta com o universo  espiritual que nos pareceu definir  a ordem da cidade e se caracteriza precisamente por (…) uma racionalização da vida social”
  • Para Vernant, a razão grega é filha da cidade.
  
VERNANT, Jean- Pierre. As origens do pensamento Grego, p 77 e 95.

  PRÉ-SOCRÁTICOS: 

Os primeiros filósofos gregos 

  • De acordo com a tradicão histórica, a fase inaugural da filosofia grega é conhecida como período pré-socrático, isto é, anterior a Sócrates.
  • Este período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C) até o aparecimento de sócrates (468-399 a.C)
  • Os pensadores de Mileto a busca da substância primordia
  • O que chamamos de Grécia nada mais é  que o conjunto de muitas cidades-Estado gregas (pólis), independentes umas das outras, e muitas rivais.
  • No vasto mundo grego, a filosofia teve como berço a cidade de Mileto que abrigou os primeiros pensadores da história ocidental a quem atribuimos a denominação de filósofos. São eles: Tales, Anaximandro e Anaximenes.

TALES DE MILETO: 

Tudo é água.

  • Tales  de Mileto ( fim do VII – primeira metade do séc. VI a.C) é o criador do pon to de vista conceitual do problema concernente ao princípio (Arche), ou seja, a origem de todas as coisas.
  • O “princípio” é, propriamente, aquilo que permanece imutável mesmo nas várias formas que pouco a pouco assume. Tales identificou o princípio com a água, pois constatou que o elemento líquido está presente em todo lugar em que há vida, e onde não existe água não existe vida.
  •  Esta realidade originária foi denominado pelos primeiros filósofos de physis, ou seja, “natureza”.
  • Para ele somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados – sólidos, liquido e gasoso.

 ANAXIMANDRO DE MILETO

  • "Nem água nem algum dos elementos, mas alguma substância diferente, ilimitada, que dela nascem  os céus e os mundos neles contidos. "Anaximandro
  • Anaximandro (610-547 a.C) procurou aprofundar as concepções de Tales sobre a origem única de todas as coisas. Em meio a tantos elementos  observáveis no mundo natural – a água, o fogo, o ar etc. – ele acreditava não ser possível eleger uma única substância material como princípio primordial de todos os seres, a arché.
  • Para Anaximandro, esse princípio é algo que transcende os limites do observável, ou seja, não se situa numa realidade ao alcance dos sentidos.
  •  Por isso denominou-o Apeiron , termo grego que significa “indeterminado”, o “infinito”. O ápeiron seria a “massa geradora”dos seres, contendo em sí todos os elementos contrários.
ANAXÍMENES DE MILETO

"E assim como nossa alma, que é ar, nos mantem unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo."
Anaxímenes
  • Anaxímenes (588-524 a.C) admitia que a origem de todas as coisas é indeterminada. Entretanto, recusava-se a atribuir-lhe o carater  oculto de elemento situado for a dos limites da observação e da experiência sensível.
  • Tentando uma possível aproximação entre as concepções de Tales e Anaximandro, concluia ser o ar o princípio de todas as coisas. Isso porque o ar representa um elemento invisível e imponderável, quase inobservável: o ar é a própria vida, a força vital, a divindade que “anima”o mundo, aquilo que dá testemunho à respiração. 

PITÁGORAS DE SAMOS:

O CULTO DA MATEMÁTICA.

 "Todas as coisas são numeros."
Pitágoras

  • Pitágoras (570-490 a.C aproximadamente) nasceu na ilha de Samos na costa da Jônia, não distante de mileto. Por volta de 530 a.C, sofreu persiguição política por causa de suas idéias sendo obrigado a fugir pra Crotona, sul da Itália.
  • La fundou uma poderosa sociedade de carater filosófica e religioso e de acentuada ligação com as questões políticas.
  • Para Pitágoras a essência de todas as coisas reside nos números os quais representam a ordem e a harmonia. Assim a essência dos seres, a Arché, teria uma estrutura matemática da qual derivariam problemas como: finito e infinito,
  • Par e impar, unidade e multiplicidade , reta e curva, circulo e quadrado etc.
  • Pitágoras dizia que no fundo de todas as coisas, a diferença dos seres consiste, essencialmente, em uma questão, de números (limite e ordem das coisas).
  • As contribuições de Pitágoras podem ser encontradas nos campos da matemática da música e da astronomia. A essas contribuições juntam-se uma série de crenças misticas relativas a imortalidade da alma, a reencarnação dos pecadores, à prescrição de rígidas condutas morais etc. 

  • HERÁCLITO DE ÉFESO: 

  • O MOVIMENTO PERPÉTUODO MUNDO.

  • Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo.
  • O ser não é mais que o vir a ser.
  • Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, pois suas águas se renovam a cada instante. Não tocamos duas vezes o mesmo ser, pois este modifica continuamente a sua condição.
  • Heráclito
  •  Os pensadores Eleáticos: reflexões sobre o ser e o conhecer.
  • Heráclito e Parmênudes representam os dois pólos extremos do pensamento filosófico.
  • Foi apartir dessa discussão sobre o ser e o não ser que se iniciaram a lógica (estudos sobre o conhecer e a ontologia (estudos sobre o ser) e suas relações recíprocas.

PARMÊNIDES DE ELEIA(510-470)


O ENTE É; POIS É SER E NADA NÃO É.

Fêz a oposição à Heráclito e era chamado por Platão de grande Parmênides..

Defendia a existencia de dois caminhos para a compreensão da realidade.

      A) – a Filosofia (razão, essência)
      B) – a crendice, a opinião pessoal, a apareência enganosa, que ele considerava a via de Heráclito.
  • Para Parmênides o caminho da essência nos leva a concluir que na realidade:
  • A) – Existe o ser, e não é concebível sua não existência;
  • B) – O ser é e o não ser não é.
  • Foi por isso considerado o primeiro filósofo a formular dois princípios:
  • O princípio Lógico de identidade e de não contradição.
  • O ser é eterno, único, imóvel e ilimitado.
  • Essa seria a via da verdade pura buscada pela ciência e pela filosofia.
  • Por outro lado quando o ser é pensado pela via da aparência  tudo se confunde em função do movimento, da pluralidade e do devir (vir a ser).
  • O caminho das aparências ilusórias pode levar  a concluir que “o ser e o não ser são e não são a mesma coisa”.
  • Não podemos confiar  no mundo das aparências e das sensações.
  • Cabe à razão interpretar, explicar e compreender a manifestação da realidade.
  • O esforço de Parmênides é sistematizar a essência a coerência e a verdade, introduzir uma ordem no caos.

  ZENÃO DE ELÉIA (488-430 a.C)

 “O QUE SE MOVE SEMPRES ESTÁ NO MESMO AGORA”
ZENÃO

           Discípulo de Parmênides, Zenão de Eleia (488-430 a. C) elaborou argumentos para defender a doutrina de seu mestre. Com eles          pretendia demonstrar que a própria noção de movimento era inviável e contraditória.
Desses argumentos, talvez o mais celebre seja o paradoxo de Zenão, que se refere à corrida de Aquiles uma tartaruga. Dizia Zenão:
    
A) – Se, na corrida, a tartaruga saísse à frente de Aquiles, para alcança-la  ele lhe precisaria  percorrer  uma distância inicial que os separava no começo da competição
     
B) – Entretanto, como a tartaruga continuaria se locomovendo, essa distância, por menor que fosse teria se ampliado. Aquiles  deveria percorrer, então, mais da metade dessa nova distância.
C) – A tartaruga, contudo, continuaria se movendo, e a tarefa de Aquiles se repetiria ao infinito, pois o espaço pode ser dividido em infinitos pontos.

Na observação que fazemos do mundo, através dos nossos sentidos, é evidente que os argumentos de Zenão não correspondem à realidade  Entretanto , esses argumentos demonstram as dificuldades pelas quais passou o pensamentos racional para compreeder conceitos como movimento, espaço, tempo e infinito.

EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO:

 A UNIDADE DE TUDO AQUILO QUE SE AMA


 “Pois destes (os elementos) todos se constituiram harmonizados, e por estes é que pensam,
sentem prazer e dor”.
Empédocle

Nascido em Agrigento (ou Acragas), sul da Sicília, Empédocles (490-430 a.C aproximadamente)
esforçou-se por conciliar as concepções de Parmênides e Haráclito. Aceitava de Parmênides a racionalidade que afirma a existência e permanência do ser ( “o ser é”), mas procurava encontrar uma maneira de tornar racional os dados captados por nossos sentidos.

  Defendia a existencia de quatro elementos primordiais as raízes de todas as coisas:
  O fogo
 A terra
  A água e
  O ar
  Esses elementos são movidos e misturados de diferentes maneiras em função de dois princípios universais opostos:
  Amor (philia, em grego) Responsável pela força de atração e união e pelo movimento de crescente harmonização das coisas.
  O ódio (neikos, em grego) – responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de decadência, dissolução e separação das coisas.
  Para ele, todas as coisas existentes na realidade estão submetidas às forças cíclicas desses dois princípios.

DEMÓCRITO DE ABDERA:

O ÁTOMO E A DIVERSIDADE


Nascido em Abdera, cidade situada no litoral entre a Macedônia e a trácia, Demócrito (460-370 a.C aproximadamente) foi discípulo de Leucipo e um pensador brilhante. “Só a tradição impõe o título de pré-socrático a este pensador importante, nascido e morto depois de Sócrates.

Responsável pelo desenvolvimento do atomismo, Demócrito afirmava que todas as coisas que formam a realidade são constituidas por partículas invisíveis. Essas partículas foram chamadas  átomos, termo grego que significa “não-divisível” ( a= negação; tomo= divisível)
  para ele o átomo seria o equivalente ao “conceito de ser, ” em Parmênides. Além dos átomos existiria no  mundo real o vácuo, que representaria ausência de ser (o não ser). Devido à existência do vácuo, o movimento do ser torna-se possivel.
 O movimento dos átomos permite infinita diversidade de composições. Demócrito distinguia três fatores básicos para explicar as  diferentes composições dos átomos.
 Figura =  a Forma geométrica de A é diferente da forma de B
  Ordem = a sequência espacial dos átomos de mesma figura. Exemplo: AB é diferente de BA;
 Posição = A localização espacial dos átomos B é diferente  de ß
  Para Demócrito é o acaso ou a necessidade  que promove a aglomeração de certos átomos e arepulsa de outros. O acaso é o encadeamento imprevisível de causas. A necessidade é o encadeamento previsível e determinado entre causas., As infinitas possibilidade de aglomeração dos átomos explicam a infinita variedade de coisas existentes.
A principal contribuição trazida pelo atomismo de Demócrito à histórias do pensamento é a concepção mecanicista, segundo a qual “tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”. Isto é, nada nsce do nada, nada retorna ao nada. Tudo tem uma causa. E os átomos s~!ao a causa última do mundo.


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